Capacitação em Vigilância Nutricional e Segurança Alimentar no Amazonas: Projeto UNICEF e COSEMS-AM
VIGILÂNCIA NUTRICIONAL E SEGURANÇA ALIMENTAR: PROJETO DESENVOLVIDO PELO FUNDO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A INFÂNCIA – UNICEF EM PARCERIA COM O CONSELHO DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE DO AMAZONAS – COSEMS–AM E SECRETARIAS DE SAÚDE LEVA CAPACITAÇAO A PROFISSIONAIS DE OITO MUNICIPIOS PRIORITÁRIOS DO AMAZONAS QUE SOFRERAM COM IMPACTO GERADO PELAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SECA NO AMAZONAS.
O Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Amazonas – COSEMS – AM, instituição que representa os interesses no âmbito municipalista as 62 Secretarias Municipais de Saúde que compõe o Estado, vem desenvolvendo inúmeros projetos envolvendo parcerias institucionais que promovem ações voltadas a melhoria da qualidade de vida de nossa população. Nesta seara o COSEMS – AM em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância – UNICEF vem atuando fortemente junto aos municípios do Amazonas com a elaboração de projetos que buscam auxiliar no enfrentamento das iniquidades dos territórios amazônidas. Com os recentes cenários referente as mudanças climáticas geradas pela ação humana e sua consequências no regime das chuvas e na cota dos rios durante os períodos da vazantes dos rios de nossa região, o COSEMS-AM em parceria com a UNICEF e as Prefeituras Municipais por meio de suas Secretarias de Saúde vem desenvolvendo um projeto voltado as ações de Vigilância Nutricional e Segurança alimentar em oito municípios prioritários do Amazonas que sofreram grande impacto na última estiagem sendo estes: Atalaia do Norte, Benjamim Constant, Careiro da Várzea, Iranduba, Manacapuru, São Gabriel da Cachoeira, e Tefé. De acordo com a Presidente do COSEMS-AM, Maria Adriana Moreira as parcerias são fundamentais para o fortalecimento das Instituições o que gera oportunidades para o desenvolvimento de ações que realmente impactam na melhoria da qualidade de vida de nosso povo que já vivenciam grandes dificuldades.
“Podemos avançar muito na busca da melhoria de acesso as políticas públicas principalmente as de saúde reduzindo assim as iniquidades e garantido os preceitos básicos do Sistema Único de Saúde que é o acesso universal e dos direitos básicos de alimentação, água potável educação e moradia destaca Moreira”.
De acordo com Debora Nandja, chefe do escritório do UNICEF em Manaus, a situação gerada pelas mudanças climáticas e secas severas no Amazonas gera consequências e afeta diretamente as crianças e adolescentes, que são os mais vulneráveis a esses desastres. A falta de acesso a água potável, alimentos nutritivos e condições sanitárias adequadas aumentam os riscos de desnutrição, doenças, interrupção da educação. Precisamos articular, de forma conjunta, governo, sociedade civil e setor privado, para que juntos possamos responder de forma imediata e coordenada às emergências que estão se intensificando”, conclui explica Debora Nandja.
“Estamos concentrados em estratégias para redução de riscos, buscando atender às necessidades urgentes de saúde, nutrição, água e saneamento nas comunidades atingidas, além de fortalecer a capacidade de resposta dos municípios e comunidades a futuras emergências. As ações foram baseadas em uma rápida escuta dos principais desafios e coleta de informações em diversos municípios e comunidades indígenas e ribeirinhas, e em articulação com o poder público nas esferas federais, estadual e municipais”, explica Gregory Bulit, gerente de emergências do UNICEF no Brasil”.
Ainda segundo a UNICEF, de acordo com dados produzidos nos municípios houve o aumento da desnutrição, e mortalidade infantil após a estiagem em 2023, e esse impacto foi observados também em áreas indígenas de acordo com o Coordenador do Distrito Sanitário Indígena (DISEI) Alto Solimões. Além disso o isolamento gerado pela seca, dificultou o acesso a água potável e a perdas das plantações teve uma consequência direta na oferta de alimentos nas comunidades. Outras preocupações também estão voltadas ao aumento das doenças de veiculação hídricas como a doenças diarreicas agudas, risco de desidratação, aumento de casos de doenças endêmicas com a malária e as arboviroses como a dengue dentre outras.
Neste contexto o Projeto voltado a Vigilância Nutricional em parceria foi a partir da capacitação técnica envolvendo a vigilância e prevenção de casos graves. “Estamos percorrendo regiões remotas do Estado e realizando capacitações de estratégias para emergências em saúde infantil para cerca de 2.200 Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes Indígenas de Saúde (AIS). São treinamento práticos em Vigilância Nutricional e Vacinal de Base Comunitária. Começamos fazendo um mapeamento participativo de situação e necessidades de cada território, e em seguida capacitamos no atendimento integrado das doenças prevalentes na infância – diarreia, doenças respiratórias, desnutrição e entre outras, visando melhorar a qualidade do cuidado e contribuir para a redução da mortalidade infantil e das internações por causas evitáveis. E, caso necessário, adotar um fluxo de encaminhamento para a rede do SUS, especialmente em casos de desnutrição e desidratação”, explica Neideana Ribeiro, oficial de Saúde e Nutrição do UNICEF em Manaus. Além das capacitações, os agentes recebem um kit com ferramentas essenciais para a avaliação do peso, medidas e a vacinação de crianças.
A expectativa é que os agentes de saúde amplifiquem o alcance das recomendações em seus territórios. “Eu sou um agente de saúde que está lá na ponta, e esse material me ajuda a classificar os riscos, identificar as doenças, e como alertar. Essa é uma responsabilidade que eu tenho, e o que eu aprendi aqui eu vou levar para a minha aldeia”, confirma Manuel, que é Agente Indígena de Saúde da Comunidade Bom Caminho no município de Benjamin Constant.
A última Oficina de capacitação ocorreu no dia 04/07/2024 no município de Iranduba e contou com a participação de um técnico do COSEMS – AM. Durante as Oficinas foram capacitadas cerca de 1.609 profissionais capacitados incluindo dos DISEIS, e uma estimativa de impacto na vigilância e promoção à saúde de cerca de 43.567 crianças segundo a UNICEF.
Por Cristiano Fernandes, Assessor técnico em Vigilância em Saúde – COSEMS -AM em 05/07/2024.